«Nada me faz sentido*»

Mas se queres que te diga a verdade, acho que gostas de me ver sofrer, nunca fizeste nada para melhorar as coisas entre nós. Deixaste o tempo correr enquanto eu estava envolvida numa ilusão, só que sem querer deixaste que eu me aproximasse demais e nessa altura eu já era um problema para ti. Preferia que nunca me tivesses deixado ficar tua amiga. Preferia que nunca tivesses entrado na minha vida… Lembro-me bem de só falar de ti, porque só tu me vinhas á cabeça. Lembro-me de ter posto uma foto tua no fundo do telemóvel. Lembro-me de chorar, lembro-me de passar noites sem dormir… Lembro-me de uma noite em que acordei sobressaltada, em que a primeira coisa que me veio á cabeça foi “perdi-o”. A noite estava tão escura, nem a luz da lua iluminava o céu. Talvez fosse eu própria que só conseguia ver escuridão e magoa nas coisas. Na noite, naquele silencio, naquela escuridão todos os meus medos me atormentavam mais, todo o sofrimento me doía mais. Tudo o que tinha acontecido me vinha á cabeça como um relâmpago, e lembro-me bem de começar a chorar silenciosamente. Naquela noite tudo estava estranho, não havia luz, não havia felicidade. Apenas escuridão e dor. Senti-me perdida num mundo sem cor, sem alegria, num mundo em que nada fazia sentido, um mundo que estava a cair por cima de mim e foi nessa noite que tomei uma decisão. Esquecer-te…»